
domingo, 25 de dezembro de 2011
Ho, ho, ho não, ui, ui, ui!

domingo, 11 de dezembro de 2011
Self service

Há algum tempo venho observando, de forma entusiasmada, o despertar da divulgação progressiva da boa notícia (revista Vida Simples, Programa Ação, etc) - não sendo ela apenas aquela última informação do noticiário, usada como tira gosto. Parece que estamos começando a nos interessar - de modo mais significativo - por informações positivas, de realizações, que nos animem e nos deixem esperançosos. Será que está diminuindo a tendência primitiva do ser humano de privilegiar os acontecimentos trágicos (estratégia biológica de aumentar a probabilidade de sobrevivência)? Será que estamos tornando a amígdala civilizada (estrutura cerebral antiga e essencial na adaptação do homem numa realidade anterior, mas que ainda policia todos os acontecimentos de forma rápida e as vezes imprecisa, conferindo a conotação afetiva e sendo uma das principais responsáveis pelos transtornos de ansiedade)? Anseio pelo dia que consigamos escolher, assim como os produtos nos supermercados, informações também saudáveis, satisfazendo não apenas a necessidade de ingerir, mas de se alimentar.
domingo, 4 de dezembro de 2011
Refazendo as malas
Acabamos de chegar de uma viagem de Gravatá (Pernambuco), no Resort Villa Hípica. Com um imenso e bem cuidado gramado, repleto de pássaros, cavalos e vários outros animais, além de manhãs ensolaradas e noites suaves, refeições com novos e diferentes sabores, foram três dias de muitas brincadeiras para as crianças, atividades para a família e momentos para o casal, num ambiente de beleza, harmonia e conforto. Sem falar das cantorias após o jantar, que eram como cantigas de ninar, adormecendo gostosamente e nos conduzindo à cama. Sem dúvida foram dias que facilmente serão recordados no futuro, com uma agradável lembrança. Entre os inúmeros hóspedes do resort houve dois grupos que se destacaram: ao chegarmos encontramos uma turma de crianças, provavelmente num passeio de final de ano, acompanhadas dos professores, frequentemente gritando e correndo para cima e para baixo, com uma energia invejável, mas também com um palavreado e maneiras preocupantes. Quando estes foram embora, chegou o grupo de idosos, também bastante entusiasmados e alegres, sempre conversando, dançando, cantando e aproveitando o encontro com os amigos. Foi aí que me lembrei de outros dois grupos de idosos que encontro com certa frequência no consultório: aqueles pacientes que acham que a velhice é uma desgraça, que não tem nada de melhor idade e que, de lucro, só as dores e problemas, e o outro grupo dos que afirmam da possibilidade de descobertas e novas experiências, da realização de antigas aspirações, da sensação de liberdade e vontade de viver. Mas afinal de contas a velhice é a melhor idade mesmo? Não sendo grande conhecedor dos aspectos subjetivos do envelhecimento, pretendo apenas fazer alguns questionamentos. Sempre vejo pais e responsáveis preocupados com a formação acadêmica de seus queridos, investindo em boas escolas, professores particulares, aulas de línguas, monitorando as amizades dos garotos e, quando necessário, encaminhando-os para psicoterapia e outros tratamentos. Tudo isto para torná-los profissionais competentes, capazes de resolver problemas de maneira eficiente, seja como advogado, médico ou engenheiro. Quando crescem, continuam a incrementar a própria formação técnica, realizando cursos de pós graduação - especialização, mestrado, doutorado. Ou seja, o sucesso na vida adulta depende da formação desenvolvida na infância e adolescência. E no envelhecimento também não seria necessário o desenvolvimento de competências? Quantos, durante a 1a. e 2a. idades, dedicam-se na capacitação para a 3a idade? Quais habilidades são necessárias nesta fase da vida? Diante do que venho acompanhando em pessoas nesta faixa de idade, arrisco-me a dizer que o envelhecimento também necessita de preparação, desenvolvida principalmente nas escolhas realizadas nas primeiras cinco décadas de vida e que poderão resultar na competência física (manter-se ativo e saudável fisicamente, através de uma alimentação adequada e atividade física regular), competência subjetiva (manter-se saudável emocionalmente, aprimorando estratégias para lidar com a frustração, raiva, medo e tristeza, resultantes das realizações - ou não - pessoais e profissionais) e competência existencial (identificar e aperfeiçoar o significado da própria existência, através do aprendizado nas experiências da vida, religião, leituras e reflexões). Fico na expectativa de que estas competências se desenvolvam, esperando intensamente conseguir avançar na velhice como um turista, fotografando os belos momentos, deletando os desnecessários, encontrando algumas coisas e pessoas, afastando-se de outras, mas lembrando sempre que é apenas uma viagem e que, inevitavelmente, retornarei...
domingo, 27 de novembro de 2011
A lembrança da demência

domingo, 20 de novembro de 2011
Contágio social - segunda parte
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Proclamação da família
domingo, 6 de novembro de 2011
A excelência está no ar
domingo, 30 de outubro de 2011
Conhecendo a memória

domingo, 23 de outubro de 2011
São só garotos...
domingo, 9 de outubro de 2011
Como será?
quando vivermos mais tempo no mundo da lua,
quando soubermos observar melhor,
quando pudermos refletir destemidamente,
quando aceitarmos a nossa evidente ignorância,
quando compreendermos nossas motivações mais íntimas,
quando soubermos realmente escolher,
quando pudermos agir sem a imperiosa necessidade de conciliar tantos desejos,
quando conseguirmos desvencilhar de sentimentos e impulsos desnecessários,
quando soubermos distinguir claramente o que é agradável do que faz bem,
quando aprendermos a buscar o que é melhor e não só o que mais nos agrada,
quando tivermos mais tempo para menos ocupações,
quando precisarmos consumir menos,
quando conseguirmos desenvolver o desapego do corpo e da mente,
quando não precisarmos temer para ajudar,
quando, ao invés de amor pelos nossos, tivermos cuidado com tudo e com todos,
como será?
domingo, 2 de outubro de 2011
Idoso, vá procurar a sua turma!
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Convivência harmônica

domingo, 18 de setembro de 2011
Como é mesmo o seu nome?
Em Os Sete Pecados da Memória, Schacter explica que o nome de uma pessoa, expontaneamente, revela muito pouco sobre o indivíduo. Saber que fulano é Igor, Artur ou Luciana não indica imediatamente característica alguma delas, dificultando associações e comprometendo a memorização. Consequentemente, não se forma uma exuberante rede semântica, ficando apenas um único e penoso caminho para a recordação. Diferente do substantivo comum - computador, casa -, que é possível estabelecer facilmente uma representação visual e conceitual: computador é algo retangular, resistente, elétrico e serve para digitar dados. Além disso, os substantivos comuns têm os sinônimos, que suprem no esquecimento: na falta de casa, posso falar residência ou moradia. Já Igor é totalmente diferente do Artur, que contrasta com a Luciana. Dois pecados da memória podem explicar este fenômeno: o bloqueio e a distração. No bloqueio o nome foi memorizado mas, por falta de atalhos, sua recordação se torna trabalhosa. Expressões como "tá na ponta da língua" ilustram o ocorrido. Na distração a pessoa, sem perceber, não prioriza a escuta do nome, direcionando sua atenção para outra situação mais urgente ou interessante, tendo como resultado a falha na codificação da informação e a ausência do armazenamento. Ansiedade, alterações do humor, stress e débito de sono podem intensificar tais situações. E pra complicar um pouco mais a busca da palavra, existe ainda o fenômeno chamado "irmãs feias" (em referência à história da Cinderela, quando as irmãs feiosas, filhas da madrasta, tentam impedir que a moça calce o sapato, escondendo-a e se antecipando forçosamente para o principe): quando tentamos arduamente lembrar do nome do conhecido, sugem outras palavras intrusas na cabeça, dando uma falsa sensação de verdadeira. Aí chamamos Amanda de Ana ou João de Adão. Geralmente são palavras com alguma semelhança na forma ou na sonoridade.
Mesmo considerando a imensidão de relacionamentos reais e virtuais estabelecidos atualmente, é possível minimizar esses incovenientes, evitando um possível constrangimento. Inicialmente é necessário prestar mais atenção no momento da apresentação, demonstrando um esforço cognitivo de criar intencionalmente uma associação entre o nome da pessoa com alguma característica dela (física, emocional) ou com algo/alguém conhecido (Adão - bigodão; Ana - mesmo nome de uma tia; João - nome de um grande papa). É essencial também repetir várias vezes o nome do indivíduo durante os primeiros segundos da conversa de apresentação, facilitando a retenção. Desta forma se ativa mais intensamente a região do giro frontal inferior esquerdo do cérebro, aprimorando a codificação e, consequentemente, a memória. Porém, parece que o mais difícil é se conscientizar que é preciso fazer algo e não acreditar - como eu - que os nomes vão surgir por geração espontânea ou fazendo força, para não correr o risco de ser forçado a pronunciar aquela desagradável pergunta: como é mesmo seu nome?
domingo, 11 de setembro de 2011
Pessoas inteligentes, mas indiferentes?
Assim como a inteligência, as outras habilidades cognitivas - memória, linguagem, funções executivas - são amorais, ou seja, destituídas de valores de conduta. São ferramentas a serviço de algo estrutural no comportamento humano: as emoções. Sendo assim, podem ser usadas tanto para construtir como para destruir, agregar ou separar, criar ou matar, apaziguar ou aterrorizar. Historicamente as habilidades cognitivas têm servido ao primitivo e intenso desejo de poder da humanidade, não só nas grandes batalhas, guerras, roubos e atentados, mas também no cotidiano de muitos adultos e crianças. Da África ao nordeste brasileiro, milhões de pessoas sofrem diariamente com a miséria, a violência e a indiferença de homens inteligentes. Aqui, bem perto da gente, mais de um milhão de alagoanos sobrevivem sem alimentação adequada, assistência médica e educação. E muitos dos nossos representantes e gestores têm altas habilidades cognitivas - inteligência privilegiada, memória prodigiosa, fluência verbal invejável -, com passagem em bons colégios e um currículum impecável. Outros, menos afortunados nestas capacidades, possuem um carisma contagiante ou um espantoso poder de articulação. Com tudo isso, os frequentes desvios de verbas e merendas, os assassinatos, os serviços públicos sucateados e a corrupção fazem com que o nosso estado permaneça eternamente na turma do fundão nas avaliações sociais e econômicas, sendo comparado pela revista inglesa The Economist com o Afeganistão, país devastado e acusado de ter abrigado Osama Bin Laden. Em nossas casas também nos deparamos com as brigas e mentiras dos nossos habilidosos e promissores filhos, pelo poder da nossa atenção. Na escola comportamentos agressivos, apelidos constrangedores com colegas, a chacota com o diferente, a resistência em obedecer regras, o desinteresse pela história. E nós, pais, estimulando cognitivamente nossos filhos com aulas particulares, cursinhos, intercâmbio, escola de línguas, para que eles fiquem bem preparados para o competitivo mercado de trabalho. Mas, o que estamos realmente preparando? Será que estudantes, profissionais, gestores inteligentes, mas pessoas indiferentes? Determinados e competentes em progredir e atingir metas, em detrimento do prejuízo e sofrimento alheio? Empreendedores, porém descontrolados? Desejo ardentemente que esta postagem xiita se exploda pelos exageros cometidos!
domingo, 4 de setembro de 2011
O cultivo da cognição

sábado, 27 de agosto de 2011
Uma difícil jornada
domingo, 21 de agosto de 2011
Receita - memória à moda da casa
1 situação ou evento completo
300g de motivação
1 litro de atenção
3 colheres de sopa de emoção
pitadas de compreensão
Modo de preparar
Retire toda a parte externa da situação e coloque o miolo numa panela, com 200g de motivação, 1/2 litro de atenção, uma pitada de compreensão e 1 colher de sopa de emoção (preferência agradável). Mexer repetidamente até reter na panela. Deixe a massa adormecer por um bom tempo... Em seguida coloque na forma untada com 2 colheres de emoção e leve ao forno, em fogo brando, por algumas horas. Antes de resgatar do forno acrescente mais 100g de motivação e o restante da atenção. Está pronta a Memória à Moda da Casa!
Retire toda a parte externa da situação e coloque o miolo numa panela, com 200g de motivação, 1/2 litro de atenção, uma pitada de compreensão e 1 colher de sopa de emoção (preferência agradável). Mexer repetidamente até reter na panela. Deixe a massa adormecer por um bom tempo... Em seguida coloque na forma untada com 2 colheres de emoção e leve ao forno, em fogo brando, por algumas horas. Antes de resgatar do forno acrescente mais 100g de motivação e o restante da atenção. Está pronta a Memória à Moda da Casa!
Modo de servir
Deixe esfriar e sirva sozinha ou acompanhada de outros pratos quentes ou frios. Deve ser conservada em lugar aberto e arejado, com prazo de validade indeterminado, porém com algumas alterações no sabor no decorrer do tempo.
Observação
Evite exageros: a abstinência ocasiona alienação e a ingestão exagerada pode provocar mal estar, indigestão, insônia e diminuição dos reflexos.
domingo, 14 de agosto de 2011
Preservando a família
.jpg)
domingo, 7 de agosto de 2011
Felicidade é poder
domingo, 31 de julho de 2011
Consumidores na vida
segunda-feira, 27 de junho de 2011
É hora de dormir!
A aparência de uma pessoa adormecida - olhos fechados, imobilidade, resposta reduzida a estímulos - parece transmitir uma falsa impressão de marasmo, inoperância e "perda de tempo". Mas se pudéssemos assistir aos fenômenos que se desenvolvem quando fechamos os olhos, ficaríamos impressionados com a complexidade dos acontecimentos ali encobertos. Muita coisa acontece nos bastidores do sono, dividido em fases com ou sem movimentos dos olhos, atividade elétrica cerebral variada, sonhos mais ou menos bizarros, alterações cardíacas, do tônus muscular, etc, repetindo-se em ciclos de aproximadamente 70 minutos, durante toda a noite. Se a arquitetura for executada adequadamente, sem várias interrupções (despertares), acordaremos reparados fisiológicamente, dispostos cognitivamente e tranquilos emocionalmente. Em se tratando de crianças, este processo se torna ainda mais relevante, necessitando elas de um sono em maior quantidade e qualidade (horários regulares, dormir sem tv ligada, sem respirar pela boca, temperatura adequada no quarto).
Então, como conciliar a necessidade fisiológica de dormir, aprimorada em milhares de anos, com as peculiaridades da modernidade - uma programação "infantil" ininterrupta na televisão, intermináveis conversas na internet, jogos eletrônicos com intrincadas e excitantes estratégias? Como permitir que crianças e adolescentes ocupem as noites com atividades de entretenimento, dormindo após às 22 ou 23:00h, em detrimento de uma necessidade psicobiológica e, no outro dia, acordem às 06:00h, espontaneamente e com disposição para as demandas escolares, esportivas, sociais e familiares do dia? Como esperar que eles consigam, sem respeitar o próprio funcionamento, tirar o melhor de si para aprender o que é extensamente falado pelos professores?
Embora ainda não esteja "tirando o meu sono", inquieta-me ver tal situação, pela crescente dificuldade familiar de se estabelecer horários de sono, mas sobretudo de distinguir atividades, eventos e comportamentos infantis, dos adultos.
domingo, 15 de maio de 2011
Lembrar e esquecer: faces de uma mesma memória

terça-feira, 10 de maio de 2011
Contágio Social - primeira parte

1 -"...não apenas agentes patogênicos são transmitidos de uma pessoa para outra, mas também comportamentos - seja o riso ou atos suicidas, decisões sobre compras ou costumes alimentares. Esse contágio social, domina várias áreas de nossa vida, frequentemente sem que tenhamos consciência disso";
2 - "Que o bem-estar das pessoas depende fortemente de quão os outros que estão à sua volta sejam felizes foi comprovado em 2009 pelos economistas John Knight, da Universidade de Oxford...";
3 -"... a felicidade individual não podia ser explicada apenas por fatores sociais: condições materiais para o bem-estar, trabalho que trouxesse satisfação e principalmente a saúde física desempenhavam importante papel. A isso, acrescenta-se o fato de que redes sociais são estruturas complexas, nas quais vários sentimentos são transmitidos ao mesmo tempo";
4 -"Não apenas sentimentos, mas desejos e planos de vida aparentemente são também contagiosos";
5 - "Quando as pessoas podem fazer o que querem, em geral imitam as outras";
6 -"O ato de imitação mútua tem como base a semelhança entre os membros de um determinado grupo. Similaridades criam confiança e compreensão mútua. Principalmente por esse motivo, médicos tendem mais a ser amigos de médicos e pedreiros de pedreiros";
7 - "Apesar de quase sempre nos propormos a agir de forma autônoma, frequentemente assumimos o ponto de vista daqueles que estão próximos";
8 - "O objetivo máximo dos membros de uma rede de convivência é provar que pensam, sentem e agem da mesma forma que os outros - embora não tenham consciência dessa tendência. Isso fortalece a identidade do grupo, estimula a cooperação e a sensação de pertenciamento...";
9 - "Inúmeros estudos comprovam que o isolamento social representa um risco à saúde".
Embora o senso comum já tenha alertado, com os seus ditados populares, para a importância e o impacto das companhias no comportamento do indivíduo("Dizei-me com quem andas e eu te direi quem és"), e a sociologia - de uma maneira mais estruturada - pesquisando sobre os fenômenos sociais e analisando as relações de interdependência entre os homens, minha ignorância sobre o assunto foi determinante para o estado de perplexidade diante da intensidade e amplitude dos argumentos. A priori vislumbro que, havendo algo de real nesse artigo, as implicações na compreensão do comportamento individual e coletivo são imensas, bem como as possibilidades de manipulação por entidades públicas e privadas. Espero não ter uma indigestão...
sábado, 16 de abril de 2011
Prestando atenção
E a diferença de atenção que o aluno manifesta entre a aula de matemática e o jogo no computador? Bem, aí já não é só atenção! O critério que o aprendiz utiliza para considerar uma tarefa relevante e, consequentemente, ficar concentrado, envolve aspectos cognitivos e emocionais. E, lá nos porões da subjetividade, a lei dominante é a busca por sensações prazerosas e contíguas. Por isto, talvez para a maioria dos estudantes, a motivação em realizar uma atividade que propicia uma experiência imediatamente agradável (sites de relacionamento, jogos, festas) é bem mais intensa e impactante no comportamento que o interesse em desenvolver uma tarefa geralmente monótona, repetitiva e pouco palatável (estudo, aula). Cabe então à família, na rotina dos hábitos diários, geralmente também monótonos, repetitivos, contribuir para que o filho desenvolva a capacidade de adiar o prazer e tolerar a frustração. Assim como é imprescindível a avaliação e o tratamento multiprofissional no Transtorno de Atenção/Hiperatividade (TDA/H), também é fundamental um ambiente familiar genuíno, onde os integrantes aprendam, entre outras coisas, a amansar o ímpeto e excitar o bom senso. Em tempos de tantas ofertas - brinquedos, entretenimentos, atividades, comportamentos, relacionamentos -, esta habilidade é essencial para se aprender os ensinamentos da escola e, principalmente, da vida
sábado, 9 de abril de 2011
Luto

terça-feira, 5 de abril de 2011
Meninos não são homens e meninas não são mulheres

Nos finais de semana, feriados e durante as férias, tenho visto, de uma forma crescente e preocupante, crianças e adolescentes realizando atividades de adultos: pilotando moto, jet ski, dirigindo carro, quadriciclo, assistindo a todo tipo de programação e entretenimento, passando a madrugada no computador ou jogando vídeo game, decidindo o que, quando e quanto comer. Como pai de três filhos, sendo um deles adolescente, isso tem me sensibilizado de maneira significativa, não só pelo aspecto legal e pelos riscos à saúde e de acidentes, mas também por perceber a pressão social existente para caracterizar como natural e adequado tais comportamentos. Se estes iniciantes já estão tomando tantas decisões, tão precocemente, a função e a utilidade dos pais precisam ser questionadas e refletidas. Para que, então, servem o pai e a mãe atualmente? Seriam funcionários dos filhos, servindo-os em quase todas as atividades cotidianas? Seriam motoristas, transportando-os confortavelmente paras as inúmeras atividades? Um caixa eletrônico, para bancar suas intermináveis "necessidades"? Seu "melhor amigo" para, principalmente, compartilhar segredos e intimidades? E será que a tecnologia, a internet, a rapidez do raciocínio e a conectividade desses jovens estão antecipando as etapas do amadurecimento individual, tornando os pais prescindíveis precocemente - como, de uma certa forma já vem acontecendo com os professores? Apesar dos possíveis exageros cometidos nestes comentários, exagerada e danosa também é a precoce sensação de poder que muitos garotos vem experimentando, e o pior, com os aplausos ignorantes dos pais. O conhecimento neuropsicológico tem demonstrado que, assim como a memória e a atenção, o controle da inibição se constitui numa habilidade cognitiva - função executiva -, essencial no desempenho acadêmico, social e profissional. No processo de maturação cerebral é a última das funções cognitivas a se desenvolver plenamente, ocorrendo - "para aqueles que têm mais juízo" - por volta dos 20 anos. Sendo assim, permitir e/ou estimular atividades adultas em menores é um ato abusivo, ou seja, contrário às leis, à saúde e ao desenvolvimento cerebral da criança!
segunda-feira, 28 de março de 2011
Memória e envelhecimento
No entanto, mais importante que viver muito é lembrar que está vivo. Os cuidados, inicialmente com a pressão arterial, glicemia ("açúcar no sangue") e níveis de colesterol tem, recentemente, incluída a avaliação da memória como algo também importante. As pessoas estão cada vez mais conscientes da importância da saúde cognitiva na funcionalidade e na qualidade de vida aos anos que estão ganhando. Por isso a atenção aos sintomas de esquecimento tem se intensificado, levando-as aos consultórios de geriatria para "tratar da memória". O medo do alemão (Alzheimer), como dizem alguns pacientes, também tem incrementada a procura do diagnóstico, principalmente quando apresentam antecedentes familiares de demência (denominada por alguns como esclerose e caduquice). Entretanto, para se avaliar a memória é essencial conhecer um pouco do seu funcionamento, algumas de suas características, tipos e limitações. Assim, será possível determinar se o esquecimento é normal ou patológico. Inicialmente é importante esclarecer que uma boa memorização não significa a retenção total do ocorrido (aniversário, leitura, conversa, etc). Diante de um episódio, geralmente ocorre a fixação dos aspectos essenciais do evento, com mais alguns detalhes. Com o passar do tempo os detalhes tendem a serem esquecidos (transitoriedade), permanecendo o fato principal. O estado emocional no momento do episódio, bem como na hora da lembrança também em muito influencia a quantidade e a qualidade da evocação, realizando uma edição. Ou seja, se você estiver lendo um livro interessante, numa boa, a fixação será mais forte. Por outro lado, se estiver triste ou deprimido, irá lembrar mais facilmente de fatos desagradáveis que ocorreram na sua vida.
De uma maneira simples e prática, saber se a memória está adequada para a sua idade é, inicialmente, prestar atenção, isto é, observar a intensidade e a frequência dos esquecimentos (principalmente se está repetindo assuntos ou esquecendo fatos ocorridos). Analisar os prejuízos provocados nas suas atividades cotidianas (pagamento de contas, gerenciamento de casa, etc), nas relações com as pessoas e comparar com o seu desempenho dos últimos anos. Feito isso, terá uma significativa impressão do funcionamento da sua memória. Teria outros aspectos a comentar sobre a memória, mas como tenho uma fila de coisas pra fazer, deixarei para um outro momento, senão posso me esquecer do que tenho que fazer...
Assinar:
Postagens (Atom)