
De acordo com as características individuais e da sensibilidade de cada um, procuramos conhecer os fenômenos que ocorrem próximos ou distantes de nós. No cotidiano, diante de eventos pessoais (tristeza persistente, doenças, acidentes, prejuízo financeiro), sociais (guerras, crise financeira, governos ditatoriais), naturais (aquecimento global, extinção de espécies) e cósmicos (expansão do universo, matéria escura, buracos negros e de minhoca), procuramos os jornais, revistas, livros, amigos, especialistas e líderes espirituais para amenizar o desagradável desconhecimento. Quando não conseguimos, frequentemente ficamos ansiosos ou angustiados (pessoalmente, é muito raro não questionar o porquê, ao amanhecer acentuadamente mais animado ou irritado, quando presencio o sepultamento de um ente querido ou amigo, ao assistir ao noticiário da morte de mais de duzentas mil pessoas na Indonésia - tsunami -, quando informado da queda de uma enorme árvore que matou um jovem motorista num dia chuvoso, ao ler nos jornais os frequentes escândalos políticos de corrupção...). Somos tão necessitados de informação que algumas vezes adquirimos conteúdos até por imitação. Somos tão sedentos de dados que, mesmo sendo agricultores, cientistas ou religiosos, utilizamos para as nossas decisões, conscientemente ou não, em maior ou menor intensidade, todas as formas de conhecimento: empírico, filosófico, teológico e científico. Porque é mais confortável ter uma certeza duvidosa do que uma dúvida certa.
Porém, em muitas situações, que envolvem relação entre pessoas - marido e mulher, pais e filhos, professor e aluno, padre e fiel, profissional e paciente -, ser informado, ou seja, tomar conhecimento de algo não é suficiente para sentir-se confortado e compreender a realidade. Mais do que informar, é fundamental explicar: personalizar a informação, adaptá-la às características do outro, ter o compromisso de se fazer entender e de clarificar. A informação é impessoal, a explicação não. E justamente nos períodos de angústia - como daquela mãe do paciente - que precisamos mais de explicações do que informações. É o que eu vou tentar fazer com ela, mesmo sabendo que, para muitas indagações, não existirão explicações...