E a diferença de atenção que o aluno manifesta entre a aula de matemática e o jogo no computador? Bem, aí já não é só atenção! O critério que o aprendiz utiliza para considerar uma tarefa relevante e, consequentemente, ficar concentrado, envolve aspectos cognitivos e emocionais. E, lá nos porões da subjetividade, a lei dominante é a busca por sensações prazerosas e contíguas. Por isto, talvez para a maioria dos estudantes, a motivação em realizar uma atividade que propicia uma experiência imediatamente agradável (sites de relacionamento, jogos, festas) é bem mais intensa e impactante no comportamento que o interesse em desenvolver uma tarefa geralmente monótona, repetitiva e pouco palatável (estudo, aula). Cabe então à família, na rotina dos hábitos diários, geralmente também monótonos, repetitivos, contribuir para que o filho desenvolva a capacidade de adiar o prazer e tolerar a frustração. Assim como é imprescindível a avaliação e o tratamento multiprofissional no Transtorno de Atenção/Hiperatividade (TDA/H), também é fundamental um ambiente familiar genuíno, onde os integrantes aprendam, entre outras coisas, a amansar o ímpeto e excitar o bom senso. Em tempos de tantas ofertas - brinquedos, entretenimentos, atividades, comportamentos, relacionamentos -, esta habilidade é essencial para se aprender os ensinamentos da escola e, principalmente, da vida
sábado, 16 de abril de 2011
Prestando atenção
sábado, 9 de abril de 2011
Luto

terça-feira, 5 de abril de 2011
Meninos não são homens e meninas não são mulheres

Nos finais de semana, feriados e durante as férias, tenho visto, de uma forma crescente e preocupante, crianças e adolescentes realizando atividades de adultos: pilotando moto, jet ski, dirigindo carro, quadriciclo, assistindo a todo tipo de programação e entretenimento, passando a madrugada no computador ou jogando vídeo game, decidindo o que, quando e quanto comer. Como pai de três filhos, sendo um deles adolescente, isso tem me sensibilizado de maneira significativa, não só pelo aspecto legal e pelos riscos à saúde e de acidentes, mas também por perceber a pressão social existente para caracterizar como natural e adequado tais comportamentos. Se estes iniciantes já estão tomando tantas decisões, tão precocemente, a função e a utilidade dos pais precisam ser questionadas e refletidas. Para que, então, servem o pai e a mãe atualmente? Seriam funcionários dos filhos, servindo-os em quase todas as atividades cotidianas? Seriam motoristas, transportando-os confortavelmente paras as inúmeras atividades? Um caixa eletrônico, para bancar suas intermináveis "necessidades"? Seu "melhor amigo" para, principalmente, compartilhar segredos e intimidades? E será que a tecnologia, a internet, a rapidez do raciocínio e a conectividade desses jovens estão antecipando as etapas do amadurecimento individual, tornando os pais prescindíveis precocemente - como, de uma certa forma já vem acontecendo com os professores? Apesar dos possíveis exageros cometidos nestes comentários, exagerada e danosa também é a precoce sensação de poder que muitos garotos vem experimentando, e o pior, com os aplausos ignorantes dos pais. O conhecimento neuropsicológico tem demonstrado que, assim como a memória e a atenção, o controle da inibição se constitui numa habilidade cognitiva - função executiva -, essencial no desempenho acadêmico, social e profissional. No processo de maturação cerebral é a última das funções cognitivas a se desenvolver plenamente, ocorrendo - "para aqueles que têm mais juízo" - por volta dos 20 anos. Sendo assim, permitir e/ou estimular atividades adultas em menores é um ato abusivo, ou seja, contrário às leis, à saúde e ao desenvolvimento cerebral da criança!
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