Há algum tempo venho observando com maior interesse as histórias das pessoas e as mudanças de enredo ocorridas nas últimas gerações (ver postagem anterior - Parabéns). Ao assistir à biografia do maior cantor nordestino, bem como de outras pessoas anônimas (pacientes), imagino que certos eventos e comportamentos parecem ser importantes na construção de uma história. Por isso, desejo (e espero estar contribuindo) que meus filhos tenham mais que momentos agradáveis nos seus dias: que eles tenham experiências, pois acredito que estas contribuirão para a formação de alguns valores e atitudes que nortearão os seu caminhos. Que venham as alegrias e tristezas, mas que não falte paixão - pelas pessoas, mas também pelas idéias. E que, como Gonzaguinha, saibam perdoar e ver "que a vida devia ser bem melhor e será, mas isso não impede que eu repita, é bonita, é bonita e é bonita".
domingo, 18 de novembro de 2012
Fazendo história
Há algum tempo venho observando com maior interesse as histórias das pessoas e as mudanças de enredo ocorridas nas últimas gerações (ver postagem anterior - Parabéns). Ao assistir à biografia do maior cantor nordestino, bem como de outras pessoas anônimas (pacientes), imagino que certos eventos e comportamentos parecem ser importantes na construção de uma história. Por isso, desejo (e espero estar contribuindo) que meus filhos tenham mais que momentos agradáveis nos seus dias: que eles tenham experiências, pois acredito que estas contribuirão para a formação de alguns valores e atitudes que nortearão os seu caminhos. Que venham as alegrias e tristezas, mas que não falte paixão - pelas pessoas, mas também pelas idéias. E que, como Gonzaguinha, saibam perdoar e ver "que a vida devia ser bem melhor e será, mas isso não impede que eu repita, é bonita, é bonita e é bonita".
domingo, 4 de novembro de 2012
Parabéns
Tirando as peculiaridades e outras
limitações pessoais, a história de meu pai é semelhante à de muitos pacientes
idosos por mim atendidos: um início de vida com muitas restrições, em famílias
numerosas e geralmente pobres, longos momentos
de sofrimento, participação precoce nos serviços de casa, forte espírito de
coletividade entre os familiares, a honestidade como vaidade e o sucesso obtido
de forma lenta e gradual. Entretanto, num outro grupo de pacientes, tenho
escutado o relato de experiências familiares bem diferentes: lares com poucas
crianças, com a geladeira e armários abarrotados de alimentos, parentes e
funcionários geralmente tentanto satisfazer imediatamente a maioria dos desejos
dos menores, um esforço acentuado para manter o filho alegre e impedir o seu
sofrimento, pouca (ou nenhuma) colaboração das crianças e adolescentes
nas atividades caseiras, a colocação da inteligência e da competitividade como
objetivos maiores na formação da prole, e o ato de comprar adquirindo status de
principal fonte de prazer.
Pelo que percebo - e dizem
os especialistas - as significativas mudanças econômicas ocorridas nas últimas
décadas no país vêm, gradativamente, modificando o nosso comportamento.
Embutidos nos novos produtos e serviços, estão os recentes valores sociais: a
intensidade, a velocidade e a comodidade. Na relação com as pessoas, objetos e
acontecimentos, temos sido influenciados a considerar como positivas as
vivências intensas, rápidas e cômodas. Mas, qual o verdadeiro impacto destas
modificações no nosso comportamento? Quais habilidades e dificuldades serão
fortalecidas? A que tipo de distúrbios ou transtornos estaremos vulneráveis com
tais alterações? Contribuirão para favorecer a serenidade e sabedoria, ou a
ansiedade e a angústia? Com todos os exgeros e equívocos, parabéns a você meu
pai, e a sua geração!
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