terça-feira, 4 de setembro de 2018

Propagandas


                                           

Resultado de imagem para escolha angustia          Começou, no dia 31 de agosto, a propaganda eleitoral gratuita que irá, no primeiro turno, até o dia 04 de outubro. Porém, há um bom tempo (ou melhor, há um mau tempo) temos assistido, também de forma gratuita, a outro tipo de propagação: a da insegurança. Assustados com a intensa criminalidade dos furtos, assaltos, assassinatos e tráfico de drogas, estamos aprisionados em nossas grades, amedrontados em nossas casas e coagidos a adquirir cada vez mais apólices de seguros (veículos, residência...). Assistimos também à multiplicação do desemprego e ao recebimento de salários insuficientes para o sustento das nossas famílias, obrigando-nos a adoecer em diversos empregos. Difunde-se ainda no país a ausência de saúde pública de qualidade, tornando-nos reféns dos planos de saúde cada vez mais caros e definhando, quem não os possui, nas listas de espera ou nos corredores dos hospitais. Acrescente-se o fato que, graciosamente nos oferecem um transporte coletivo ineficiente e desconfortável, obrigando-nos a usar continuamente veículos particulares, tendo que arcar com o descontrolado aumento do preço dos combustíveis e os prejuízos dos congestionamentos urbanos. Isso sem falar da disseminação dos tributos abusivos que pagamos, dentre eles o imposto de renda, que nos restitui de maneira irrisória os gastos que temos durante o ano. E, de graça, ainda nos transmitem uma quantidade insalubre de notícias desanimadoras, vindas principalmente da política: desvio de verbas públicas, enriquecimento ilícito, propina, suborno, tráfico de influência. Então, como agora suportar a propaganda eleitoral gratuita e assistir à transmissão das intenções sublimes dos candidatos, enfáticas e profissionalmente defendidas com a pureza d’alma, emolduradas com fartos sorrisos, abraços e promessas? E, principalmente, como motivar-se a analisar as candidaturas, vivendo a propagação gratuita de tanta coisa ruim no cotidiano? Não sei. O fato é que, embora o período eleitoral não demore muito - são apenas 35 dias -, se não houver uma escolha adequada, essa realidade não mudará por longos anos, pelo menos até as próximas eleições...