terça-feira, 5 de abril de 2011

Meninos não são homens e meninas não são mulheres


          Nos finais de semana, feriados e durante as férias, tenho visto, de uma forma crescente e preocupante, crianças e adolescentes realizando atividades de adultos: pilotando moto, jet ski, dirigindo carro, quadriciclo, assistindo a todo tipo de programação e entretenimento, passando a madrugada no computador ou jogando vídeo game, decidindo o que, quando e quanto comer. Como pai de três filhos, sendo um deles adolescente, isso tem me sensibilizado de maneira significativa, não só pelo aspecto legal e pelos riscos à saúde e de acidentes, mas também por perceber a pressão social existente para caracterizar como natural e adequado tais comportamentos. Se estes iniciantes já estão tomando tantas decisões, tão precocemente, a função e a utilidade dos pais precisam ser questionadas e refletidas. Para que, então, servem o pai e a mãe atualmente? Seriam funcionários dos filhos, servindo-os em quase todas as atividades cotidianas? Seriam motoristas, transportando-os confortavelmente paras as inúmeras atividades? Um caixa eletrônico, para bancar suas intermináveis "necessidades"?  Seu "melhor amigo" para, principalmente, compartilhar segredos e intimidades? E será que a tecnologia, a internet, a rapidez do raciocínio e a conectividade desses jovens estão antecipando as etapas do amadurecimento individual, tornando os pais prescindíveis precocemente - como, de uma certa forma já vem acontecendo com os professores? Apesar dos possíveis exageros cometidos nestes comentários,  exagerada e danosa também é a precoce sensação de poder que muitos garotos vem experimentando, e o pior, com os aplausos ignorantes dos pais. O conhecimento neuropsicológico tem  demonstrado que, assim como a memória e a atenção, o controle da inibição se constitui numa  habilidade cognitiva - função executiva -, essencial no desempenho acadêmico, social e profissional. No processo de maturação cerebral é  a última das funções cognitivas a se desenvolver plenamente, ocorrendo - "para aqueles que têm mais juízo" - por volta dos 20 anos. Sendo assim, permitir e/ou estimular atividades adultas em menores é um ato abusivo, ou seja, contrário às leis, à saúde e ao desenvolvimento cerebral da criança!

Um comentário:

  1. Querido amigo e colega nordestino, fiquei muito feliz com teu contato e com esse novo espaço que se inaugura em tua vida. Escrever é muito bom para "organizar as coisas por dentro" e compartilhar parte de nossa caminhada pessoal e/ou profissional com outras pessoas.

    Parabéns por esta iniciativa e, ó, agora virei "de casa" - nem que seja virtualmente!

    Em homenagem ao amigo "estrangeiro" que por aqui viveu uns tempos, hoje tomei muito chimarrão em meio à Redenção! Hehehehe!

    Espero que tu e tua família estejam bem. Sucesso e felicidade a vocês sempre que possível!

    Um beijão!

    Luciene Geiger - Porto Alegre, RS

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