Saboreando os olhares e os abraços carinhosos dos meus três filhos neste domingo dos pais, fiquei quieto e me divertindo ao ver alguns comportamentos neles que acredito serem meus: o interesse por instrumentos musicais, a intensa necessidade de frutas na alimentação, dormir com os olhos vendados, o prazer do contato com cavalos e com a natureza. Ainda bem que na socialização "puxaram à mãe", porque se dependessem da minha habilidade social... É claro que vários outros comportamentos deles têm influência dos pais - genética ou psicológica -, favorecendo não só as suas virtudes mas também as suas limitações mas, sendo hoje o meu dia, sinto-me no direito de me embriagar com algumas doses de vaidade paterna, comentando apenas algumas influências que considero positivas. Mesmo morando na cidade, em apartamento, o gosto pelo ambiente rural - contato com animais e plantas - é uma das características mais marcantes da minha família. Já no meu tempo de criança o quintal da casa e as árvores eram o playground, e os animais - galinhas, cágado, mocó, peixe, cachorro, sagui - faziam parte do entretenimento, mas também das responsabilidades (alimento, banho, limpeza). Possivelmente nesta fase nasceu o meu interesse em observar comportamentos. Lembro que certo dia, querendo enfeitar o aquário com vários peixes e ornamentos, um criador experiente me falou da importância de se criar um ambiente equilibrado quimicamente (evitasse materiais e objetos que tornassem a água muito ácida ou muito alcalina) e no relacionamento entre os peixes (optasse por espécies que convivessem sem agressividade). Foi a primeira vez que ouvi alguém destacar a dificuldade e a importância de se criar e manter um ambiente em harmonia. Mais tarde, iniciando o curso de biologia, o equilíbrio e a influência mútua voltaram a ser os destaques no estudo da biodiversidade. Nesses últimos anos, assistindo aos vários documentários sobre mamíferos e primatas, a complexidade das relações entre os membros num determinado habitat, seja nas árvores, em tocas ou num determinado território da savana africana tem me deixado perplexo. Comportamentos tradicionalmente classificados como exclusivos de pessoas, dos mais egoístas aos altruistas, são cada vez mais identificados nos animais.
domingo, 14 de agosto de 2011
Preservando a família
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Belo texto, Jerônimo!
ResponderExcluirA gaúcha aqui não sabia o que é um mocó, mas peocurou na web e descobriu o bichinho e a origem do termo "mocozado"...
Abraço calorosamente saudoso, apesar do frio que faz nesta terra!