domingo, 11 de dezembro de 2011

Self service

      Hoje pela manhã, enquanto a turma dormia, fui ao supermercado fazer umas comprinhas para o café: pão, queijo, frutas, iogurte e achocolatado. Na fila do caixa, enquanto aguardava a minha vez, buscava alguma revista para ajudar a passar o tempo. Normalmente nestes momentos tenho encontrado apenas faces, fofocas, finanças, moda e temas do cotidiano, recheadas principalmente com informações de festas, crimes, tragédias, crises econômicas, denúncias  e corrupção. Mas hoje foi diferente: conheci a primeira edição da revista "por exemplo", vendida nas lojas do Extra, cujo editorial firma o propósito de divulgar experiências que sirvam de exemplo para as pessoas, com dicas e relatos de superação de barreiras e realização de sonhos. Folheando o exemplar fui gostando das matérias, não só pela utilidade e relevância, mas sobretudo pela leveza da publicação. O fato de ter custado R$ 2,50 (dois reais e cinquenta centavos) e o compromisso da doação da arrecadação para projetos sociais colaboraram com a percepção.
      Há algum tempo venho observando, de forma entusiasmada, o  despertar da divulgação progressiva da boa notícia (revista Vida Simples, Programa Ação, etc) - não sendo ela apenas aquela última informação do noticiário, usada como tira gosto. Parece que estamos começando a nos interessar - de modo mais significativo - por informações positivas, de realizações, que nos animem e nos deixem esperançosos. Será que está diminuindo a tendência primitiva do ser humano de privilegiar os acontecimentos trágicos (estratégia    biológica de aumentar a probabilidade de sobrevivência)? Será que estamos tornando a amígdala civilizada (estrutura cerebral antiga e essencial na adaptação do homem numa realidade anterior, mas que ainda policia todos os acontecimentos de forma rápida e as vezes imprecisa, conferindo a conotação afetiva e sendo uma das principais responsáveis pelos transtornos de ansiedade)? Anseio pelo dia que consigamos escolher, assim como os produtos nos supermercados, informações também saudáveis, satisfazendo não apenas a necessidade de ingerir, mas de se alimentar.

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