sexta-feira, 15 de março de 2013

Máquina do tempo

      Neste último sábado me reuni com um grupo de pessoas que há muito tempo não encontrava: meus colegas de faculdade. O motivo foi a comemoração do aniversário de 18 anos da nossa formatura em psicologia. Durante todo este período encontrei, em raras oportunidades, apenas com algumas pessoas. Por isso, reencontrá-los, após quase duas décadas, foi muito bom! E mesmo não sendo possível juntar toda a turma, foi muito agradável receber em casa os que puderam ir, tornando aquele dia inesquecível!
      A tarde que passamos juntos foi repleta de alegria, compartilhamento de fotos e lembranças, brincadeiras, altas gargalhadas, algumas fofocas inevitáveis e muita, mas muita descontração (sem falar do sururu, filé de siri, camarão, churrasco  e outros quitutes que aumentaram a nossa plenitude). Foram recordadas tantas coisas já vividas que o passado e o presente se misturaram na minha cabeça e, em alguns momentos, fiquei sem saber se estava lá ou aqui. Pois, com as lembranças, vieram também emoções e comportamentos juvenis, tornando-me (e acredito que os colegas) - por algumas horas - novamente um universitário.
       Foi possível também se aproximar um pouco da vida de cada um: alguns casados, outros solteiros; uns com filhos e outros não; os que permaneceram na psicologia e os que encontraram diferentes caminhos profissionais. Interessante também foi possibilitar que meus filhos conhecessem um pouco da minha  história de maneira diferente, tendo um contato mais próximo com os personagens e acontecimentos ocorridos, despertando neles a curiosidade (Por que te chamavam de gg, perguntou o mais velho? O que vocês faziam na faculdade, questionou o meu caçula? Aquele Roberto é muito engraçado, disse a minha garota).
      À noite, após nos despedimos, ainda envolvido por aquele momento, comecei a lembrar de outras turmas que convivi e lugares que frequentei:  a escola pública (CEPA), onde cursei o ensino infantil e fundamental, o Colégio Marista de Maceió, onde fiz o ensino médio, o grupo do quartel (NPOR - Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva), o curso de Neuropsicologia, na Puc de Porto Alegre. À medida que ia recordando estes períodos, pude perceber o quanto ficou para trás, principalmente aquelas situações de grande expectativa, como o período de provas, proximidade dos jogos e viagens, apresentações escolares, acampamentos militares, etc. Sem falar das pessoas, que não as encontro há mais de 10, 20 ou 30 anos e que, possivelmente, nunca mais as verei. Onde estarão os meus amigos do time de futebol da 4a. série, os atletas do handebol e os companheiros do quartel? Embora poucos, mas felizmente tenho uns amigos que têm me acompanhado ao longo da vida, ajudando-me a tornar mais fortes determinadas  lembranças da minha história.
      E por isso, repito que foi muito bom reencontrar os amigos da faculdade! E foi bom também porque pude reencontrar comigo mesmo, só que bem mais jovem. Reviver o meu jeito de pensar e sentir a vida com vinte e poucos anos.   Imagine se pudesse me reunir com aquelas minhas outras turmas do passado e dizer um alô  para o Jerônimo de 5, 10 e 15 anos.  Seja com comemorações, psicoterapia ou simples reflexões, é salutar - e bastante agradável - que possamos contactar com a nossa história, seja para desfrutar ou para amenizar certas experiências, numa ajuda mútua entre o passado e o presente.

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