domingo, 15 de abril de 2012

Rumo ao infinito

     Nas noites escuras, costumava deitar em cima do muro e observar o céu todo estrelado: contava os astros, procurava uma estrela cadente ou até um disco voador e me encantava com a imensidão piscante do firmamento; aos dez anos de idade falava que, quando crescesse, seria astronauta. Adiando sempre a procura por um curso de astronomia amador, esta semana tive uma surpresa quando, numa reportagem da tv, fui informado que havia um observatório astronômico na cidade e que estaria aberto ao público para observações de saturno. Com os meus dois filhos fui conhecer o observatório - que se localiza no centro educacional que estudei quando garoto - e ver o segundo maior planeta do sistema solar, que durante estes dias está mais perto da terra - apenas alguns milhões de quilômetros. Embora já tenha visto na televisão e na internet fotografias e vídeos de alguns planetas, cometas e nebulosas, obtidos por sondas espaciais ultra sofisticadas, quando, nesta última sexta-feira, localizei saturno no céu e o vi no telescópio - mesmo que pequeno e com poucos detalhes -, fiquei maravilhado em ter um contato tão direto  com o astro. Conseguir identificar seus anéis e imaginá-los repletos de rochas, gás e gelo, girando continuadamente, foi algo extraordinário! Com o mesmo entusiasmo observei ainda o nosso vizinho marte, com sua inconfundível cor avermelhada. Alguns professores enriqueceram a visita, com informações sobre as constelações, formação dos planetas, etc. Como em outros momentos em que assisti aos documentários e reportagens sobre big bang, buracos negros, buracos de minhoca, nascimento de estrelas, expansão do universo e matéria escura, mais uma vez fiquei impressionado com a complexidade do universo. Curiosamente, quando aventuro alguma leitura no universo microscópico do ser humano, sobre os cromossomos, gene, moléculas, partículas subatômicas, presentes nas trilhões de céluas do corpo, realizando uma quantidade assustadora de fenômenos fisiológicos, também fico espantado com os números astronômicos em algo tão pequeno. Parece que quanto mais  a ciência se aprofunda no conhecimento - seja da célula ou do cosmos -, mais vislumbra o infinito. Como um astronauta, continuarei a viajar nas duas direções (ou será apenas uma?) mas, no momento, quero parar um pouco nos anéis de saturno.

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