domingo, 11 de agosto de 2013

Pai nosso...

       Há várias semanas sem escrever, hoje me determinei a sentar e rabiscar qualquer coisa, nem que depois deletasse tudo. Desde o final do ano passado, por exigência de um vínculo empregatício, tenho sido obrigado a permanecer grande parte do meu tempo num setor cujas atribuições não exigem a minha presença durante todo este período. Até então, durante onze anos, pessoas que se interessaram em conhecer efetivamente as responsabilidades do serviço  - diretores, chefes, funcionários - constataram, sem muito esforço, que esta atual exigência não era essencial para a prestação de um atendimento com excelência. 
       Deixando de lado a discussão sobre as obrigações legais e a diferença entre meios e finalidade do serviço público, o que pretendo agora é apenas descrever a situação para melhor visualiza-la, tentando amenizar o persistente incômodo e facilitar uma provável decisão. Desde o último natal, a permanência num ambiente de trabalho progressivamente insalubre, com algumas relações bem desgastadas e mudanças significativas no modus operandi do setor tem sido acompanhada de uma insidiosa insatisfação, culminando num tratamento de gastrite no mês passado e crises de labirintite nos últimos dias. Não é a toa que dirigindo, conversando com familiares e amigos ou simplesmente repousando, repetidamente me percebo pensando ou falando sobre o assunto (como se não bastasse a perda desnecessária de tantas horas do meu dia, preencher também grande parte dos meus pensamentos é um desperdício da minha vida!).
       Mesmo sabendo que deveria agradecer por estar empregado, que esta pode ser apenas uma fase transitória e que o serviço público é assim mesmo, o incômodo parece progredir... Será que a segurança de um emprego justifica a constante insatisfação no ambiente profissional? O salário no final do mês, protagonizado pela assiduidade e pontualidade, compensa os gastos  com os tratamentos e o mal estar vivenciado? A garantia de uma aposentadoria na velhice ameniza a sensação de esvaziamento nos dias, meses e anos que se seguem? "Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração"(Mateus 6:21).
      Deletar, publicar, deletar...

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