domingo, 29 de setembro de 2013

Hiperatividade

      Eles são muito, mas muito inteligentes! Aprendem rapidamente e não esquecem de nada. Não param e são extremamente inquietos, podendo fazer mil coisas até se esgotarem. Além disso são muito disponíveis e companheiros: em qualquer situação eles estão presentes (há quem diga que até quando se vai no banheiro eles querem acompanhar).  Têm na socialização a sua principal característica, com uma imensa capacidade de relacionar pessoas - com os mais íntimos dizem cada coisa... Mas também estão frequentemente futucando quem estiver ao seu alcance e estão quase sempre querendo falar, interrompendo conversas e atividades dos outros. São intrometidos e impacientes. Estão o tempo todo ligados. Não é raro a impulsividade e a inconveniência, por tumultuar o ambiente com o seu barulho e interromper o silêncio alheio. Podem até fazer os mais próximos se afastarem. Mas, mesmo querendo chamar a atenção o tempo todo - inventando sempre novidades -,  parece não haver quem não goste deles pois, onde estiverem, praticamente só se fala neles. A capacidade e a versatilidade que demonstram mantém todos envolvidos, impedindo muitas vezes que seus defeitos sejam percebidos.
      Mas, recentemente tenho escutado vários pais reclamarem deles, pelos excessos e  prejuízos ocorridos em casa e na escola. Pacientes também têm relatado conflitos no relacionamento afetivo com namoradas (os) ou esposas (os) devido à hiperatividade e pouca atenção que conseguem. Infelizmente os resultados das pesquisas científicas ainda não são conclusivos sobre os déficits ocasionados, não existindo até o momento orientação específica para lidar com os  excessos. Aí parece estar o grande problema: relacionar-se com o que demonstra virtudes inquestionáveis e apaixonantes mas, por outro lado, limitações não compreendidas. Além do risco que tais comportamentos se estabeleçam como um novo padrão, fazendo com que se perca o bom senso e a tranquilidade. Como sempre, cabem aos responsáveis a reflexão e orientação adequadas para que os aparelhos celulares permaneçam apenas como um equipamento a nos servir, e que não lhe sejam atribuídas características e virtudes humanas. Que continuem a facilitar enormemente as nossas vidas, mas sem causar interferência na interação com o que nos rodeia e sem produzir ruídos que impossibilitem nos ouvirmos.         

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